Doenças e agravos em saúde mental autorrelatados e fatores associados em quilombolas do semiárido baiano, em 2016, Bahia, Brasil
International Journal of Development Research
Doenças e agravos em saúde mental autorrelatados e fatores associados em quilombolas do semiárido baiano, em 2016, Bahia, Brasil
Received 08th August, 2021; Received in revised form 14th September, 2021; Accepted 06th October, 2021; Published online 23rd November, 2021
Copyright © 2021, Roberta Lima Machado de Souza Araújo et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Objetivou-se estimar a prevalência de doenças e agravos em saúde mental em quilombolas do município de Feira de Santana, Bahia e analisar possíveis fatores associados. Trata-se de estudo transversal, com 864 (≤18 anos). Foram utilizados três instrumentos validados para coleta de dados. As doenças mais prevalentes foram agrupadas por análise fatorial, assim como foi feita análise multivariada, ajustada por sexo e idade. Doenças mais prevalentes: coluna (38,4%); parasitárias (25,0%); hipertensão arterial (22,3%); ossos (15,8%), estando associadas aos seguintes fatores: casas não de alvenaria (OR = 3,18; IC80%: 1,09; 9,28); ausência de instalações sanitárias (OR = 3,69; IC80%: 1,36; 10,1); baixa escolaridade (OR = 1,77; IC80%: 1,20; 2,62), avaliação de saúde ruim (OR = 1,64; IC80%: 1,15; 2,32) tipo de medicamento (OR = 6,12; IC 80%: 2,59; 14,4). Agravos mais prevalentes em saúde mental: ansiedade (26,7%); transtornos mentais comuns (18,4%) e fobias (12,3%). Fatores associados: não acesso aos programas sociais (OR = 1,63; IC80%: 1,07; 2,50), casas não de alvenaria (OR = 3,22; IC80%: 1,17; 8,80), sem coleta de lixo (OR = 1,51; IC80%: 1,07; 2,13), sem banheiro (OR = 2,82; IC80%: 1,17; 6,77), autoavaliação de saúde ruim (OR = 2,64; IC80%: 1,92; 3,65) ter cáries/canal (OR = 1,47; IC80%: 1,07; 2,01). Os achados evidenciados podem contribuir para o fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra através do melhor planejamento estratégico de ações de promoção de saúde voltados à população negra, particularmente à população quilombola.