Associação de catadores de resíduos sólidos de macapá, entre tratores e aves de rapina: economia solidária e a luta pela sobrevivência

A economia solidária representa uma importante alternativa à economia capitalista, uma vez que busca resgatar valores como liberdade, igualdade e solidariedade. A proposta tem avançado no mundo, tanto pelo entendimento da necessidade de se buscar meios mais sustentáveis de sobrevivência, quanto pelo crescimento da produção intelectual na área, que impulsiona uma ampliação do entendimento sobre a categoria e seus diferenciais. No Brasil esta realidade não é diferente. Viveu-se no cenário nacional um salto das políticas de fomento à economia solidária a partir do Governo Lula, que se manteve ao longo da permanência do Governo do Partido do Trabalhadores e declinou a partir do Governo Temer. Este artigo procurou entender sua dinâmica operacional e, principalmente, as políticas públicas de fomento por meio da análise da Associação de Catadores de Resíduos Sólidos de Macapá, capital do Estado do Amapá, extremo Norte do Brasil. Como método, utilizou-se a pesquisa qualitativa e estudo de caso, com análise de custo-efetividade, fim de se medir os principais avanços e desafios impostos ao segmento. Este estudo identificou a necessidade de reestruturação nos formatos de gestão das políticas de desenvolvimento por parte de órgãos governamentais, que devem funcionar de maneira harmoniosa e articulada, mas atuam isoladamente e sem comunicação efetiva entre si, prejudicando a qualidade e a quantidade de serviços oferecidos.