Reserva extrativista marinha mocapajuba: a trajetória de luta em direção aos manguezais amazônicos de são caetano de odivelas/pa

O presente estudo teve por objetivo analisar os momentos históricos de trajetórias de luta dos diversos atores para a criação da Reserva Extrativista Marinha Mocapajuba, no nordeste paraense. O movimento social para criação de Reservas Extrativistas na Amazônia vem evoluindo em diferentes contextos ecológicos, socioeconômicos e políticos ao longo de três décadas, sendo a referida Reserva criada em 2014 a última decretada em toda a região. Para esta análise foi utilizada a pesquisa qualitativa, por meio de revisão bibliográfica e documental, pesquisa de campo, entrevista não-diretiva e aplicação de questionários. Verificou-se os momentos chaves que representaram avanços e estagnação de diálogos entre múltiplos atores com interesses distintos. Identificou-se as principais atividades econômicas e formas de organizações dos atores sociais engajados na mobilização pela criação da Reserva: os pescadores e pescadoras residentes no territórioque tem na sua principal fonte de renda e subsistência as atividades de pesca, captura de caranguejo, coleta de mariscos e ostreicultura; praticadas em ambientes de manguezais do município de São Caetano de Odivelas. Percebeu-se um forte componente de mobilização social por meio das associações de pescadores (as); e evidenciou-se um movimento de resistência das mulheres, tornando-se as principais protagonistas pela criação do território de Reserva, uma inovação no amplo contexto de movimentos sociais pela criação das Reservas Extrativistas na Amazônia.