Desafios no processo de trabalho interprofissional na atenção primária: uma revisão integrativa

Introdução: A Educação Interprofissional (EIP) ocorre quando dois ou mais estudantes de diferentes áreas da saúde, são incluídos em um mesmo espaço de aprendizagem, e aprendem por meio e sobre as demais profissões, para melhorar a colaboração e a qualidade do cuidado. Esta modalidade de educação possibilita maior interação entre estudantes e/ou profissionais e pode acontecer espontaneamente ou como produto de um programa de EIP. A prática interprofissional, se direciona ao trabalho em equipe realizado nos serviços de saúde, enquanto que a EIP se refere à formação nos cursos de graduação e/ou na educação permanente, dos profissionais no contexto do trabalho. Objetivo: Identificar na literatura os principais entraves para a produção de uma prática profissional pautada na Educação Interprofissional, assim como, apontar os benefícios advindos do trabalho interprofissional na atenção básica em saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. Para orientar este estudo, definiu-se a questão norteadora: “Quais as dificuldades dos profissionais da atenção básica na implementação da interprossionalidade no dia a dia do ofício? ”. Os artigos foram identificados no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), selecionados das bases de dados: Os artigos foram identificados no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), selecionados das bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), ScientificElectronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (MEDLINE), Biblioteca Virtual de Enfermagem (BDENF), Banco de dados Dédalus e ColecionaSUS. Utilizando-se os descritores dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) “Interprofissionalidade”, Equipes Interprofissionais” e “Atenção Básica”, para o idioma português, utilizando-se o operador booleano “AND” para realizar o cruzamento dos descritores em trio. Resultados e Discussão: Para a maioria dos autores há um distanciamento entre a interdisciplinaridade falada e a interdisciplinaridade vivida. Especialmente nos serviços de Atenção Primária, em que ocorre, na maioria das vezes, encontros multidisciplinares, ainda distantes da prática interdisciplinar. Entre os desafios para a superação da prática fragmentada, distanciada da multi/interdisciplinaridade e da integralidade está o compromisso de rever o processo de formação, tanto no que se refere à formação regular, como de educação permanente.Segundo os autores, outros fatores que contribuem como limitadores para que os profissionais compartilhem seus saberes no trabalho em equipe, a fragilidade do núcleo de competência profissional, a não valorização do seu próprio trabalho, dificuldades pessoais, timidez, imaturidade, medo de errar, disputas de poder, desconhecimento de como trabalhar de forma interdisciplinar, e limitações da formação na graduação. Contudo, é de concordância geral nos estudos que a interdisciplinaridade possibilita o compartilhamento de conhecimento, experiências e percepções frente às diversas situações de atendimento no serviço da Atenção Primária, viabilizando a troca de saber entre as profissões, promovendo a integralidade e inovações em benefício do usuário atendido nas Unidades de Saúde. Conclusão: Iniciativas de implementação da Interprofissionalidade, além de favorecerem a formação de um profissional de saúde mais voltado às necessidades da população, tem possibilitado um rearranjo institucional, um fazer mais articulado dos profissionais de saúde que estão nas instituições de saúde, quer em nível hospitalar ou na Atenção Primária.