Efeitos da crise sanitária de covid-19 no meio ambiente: uma resenha crítica

O surgimento de doenças com fatores ambientais pode estar associado com a invasão humana em áreas selvagens, gerando o aumento de contato entre as espécies e o consequente transbordamento de patógenos que habitavam exclusivamente na vida selvagem para animais domésticos e seres humanos, sendo essa uma das explicações da propagação do SARS (Síndrome Aguda Respiratória Grave) e do vírus causador da COVID-19. A pandemia da COVID-19, trouxe à tona discussões da relação entre a degradação ambiental e as doenças infecciosas emergentes de origem zoonótico. As medidas de isolamento social, em conjunto com a redução nas atividades econômicas, de turismo, fechamento de fronteiras e quarentena refletiram em uma melhoria considerável na qualidade atmosférica, hídrica e recuperação de espaços urbanos. Porém também trouxe efeitos adversos como o aumento do número de resíduos urbanos, químicos e hospitalares, sendo potenciais contaminantes do meio ambiente. Um ano após o início da pandemia, os gastos com a recuperação ficaram aquém dos compromissos das nações de reconstruir de forma mais sustentável. A atual crise sanitária global deixa em evidência a fragilidade dos sistemas de saúde e a necessidade de maiores investimentos em ciência e tecnologia, bem como, a importância da revisão do modelo econômico e cultural, propiciando a manutenção do ambiente ecologicamente equilibrado.