Traqueobronquite associada a ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva pediátrica terciária da amazônia brasileira: fatores de risco e mortalidade. 2017
International Journal of Development Research
Traqueobronquite associada a ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva pediátrica terciária da amazônia brasileira: fatores de risco e mortalidade. 2017
Received 20th July, 2021; Received in revised form 06th August, 2021; Accepted 18th September, 2021; Published online 23rd October, 2021
Copyright © 2021, Patrícia Barbosa Carvalho De Assunção et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Introdução: A Traqueobronquite Associada a Ventilador (TAV) é uma infecção adquirida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo considerada como o processo intermediário entre a colonização e a Pneumonia Associada a Ventilador (PAV). Objetivos: O estudo tem como objetivo determinar a prevalência de TAV assim como os fatores de risco associados ao desenvolvimento de TAV e sua progressão para PAV em crianças internadas na UTI Pediátrica (UTIP) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPa). Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico, tipo caso-controle aninhado (nested case-control) retrospectivo, a partir de prontuários de pacientes admitidos na referida unidade, no período de setembro de 2015 a junho de 2017. Resultados: Do total de 458 pacientes admitidos, a TAV ocorreu em 4,75% das crianças. A densidade de TAV foi de 9,1/1000 ventilador-dia, enquanto a densidade de TAV que evoluiu para PAV, foi de 16,2/1000 ventilador-dia. Em relação à doença de base à admissão, houve predomínio das doenças neurológicas, nos pacientes que desenvolveram TAV. Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de TAV foram: o uso de drogas vasoativas, o uso de nutrição parenteral, tempo de ventilação mecânica e de internação prolongados, uso de traqueostomia e escore PRISM entre 25-49,9%, estando a presença de traqueostomia, associada a um maior risco de mortalidade. O diagnóstico de TAV foi observado em 8,3% dos pacientes que evoluíram a óbito. Conclusão: A TAV é uma infecção clinicamente significativa na UTIP, aumentando a chance de ocorrência de PAV em crianças com tempo de ventilação mecânica e de internação prolongados, bem como aqueles com escore de gravidade elevado.