Relação de interinfluência entre aleitamento materno e depressão pós-parto: uma revisão

Esta análise objetivou reunir estudos que abordassem a relação de interinfluência entre aleitamento materno e a DPP. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com busca nas bases de dados LILACs, MEDLINE e PubMed, com a partir da inserção dos descritores booleanos “(Depressão pós-parto) AND (aleitamento materno)” e “(Depression, Postpartum) AND (breast feeding)”. Foram incluídos estudos originais, disponíveis nas línguas inglesa e portuguesa. Elegeram-se 13 artigos para a composição dos resultados. O aleitamento materno parece reduzir o risco do desenvolvimento de DPP, devido a seu papel como modulador hormonal, bem como sua participação na perda de peso moderada no puerpério, o que repercute em melhor autoimagem e autoestima. Além disso, a DPP esteve associada à menor probabilidade de aleitamento materno exclusivo, assim como maior chance de interrupção precoce da lactação. Mães que sofrem de DPP tendem a apresentar menor confiança para amamentar. Além disso, sintomas característicos da depressão, como a fadiga, tendem a dificultar a possibilidade da manutenção da amamentação. Pode-se concluir que ao passo que a amamentação pode proteger a gestante contra o desenvolvimento da DPP, esse distúrbio parece diminuir a possibilidade do estabelecimento da amamentação. Percebe-se a importância do acompanhamento integral de grávidas e puérperas, incluindo assistência psicológica, além de ações de educação sobre lactação.