Programa de residência pedagógica: considerações à luz da teoria da argumentação

O objetivo deste estudo foi analisar os significados de formação continuada implícitas em três documentos relativos à Residência Pedagógica e nos discursos dos professores que participavam do programa do Colégio Pedro II. Esta pesquisa foi norteada pela Teoria da Argumentação de Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca, buscando nos discursos aquilo que legitima condutas, que torna coerente aquilo que efetivamente é falado e defendido pelos professores. Foram realizadas entrevistas semiestruturadascom a professora coordenadora de área e professoras supervisoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental e o material coletado foi tratado com base no Modelo da Estratégia Argumentativa proposto por Monica Castro e Janete Bolite-Frant. Essa análise permitiu afirmar que o Programa de Residência Docente do Colégio Pedro II, destinado prioritariamente aos professores da rede pública, tendo por objetivo aperfeiçoar a formação do professor, por meio de competências docentes in loco, com a vivência em ambiente escolar de excelência e cooperar para elevar o padrão de qualidade da Educação Básica, acaba sendo “mais do mesmo”, pois não tem conseguido promover mudanças significativas no trabalho desses professores, uma vez que parece reproduzir o modelo da formação inicial: observações e reflexões ao longo do programa, deixando a prática pedagógica em segundo plano.