Exposição prolongada aos agentes antipsicóticos dos moradores de um serviço residencial terapêutico da região nordeste

Os serviços residenciais terapêuticos vêm se consolidando como estratégia eficaz para a desinstitucionalização de egressos de longas internações psiquiátricas. Os moradores deste serviço podem apresentar alterações no perfil metabólico de lipídeos e da glicose, que podem ser induzidas pela exposição prolongada aos agentes antipsicóticos e pelo estilo de vida dos moradores portadores de transtorno mental. Este estudo objetivou-se a caracterizar a exposição prolongada aos agentes antipsicóticos dos moradores de um serviço residencial terapêutico da região Nordeste. Trata-se de um estudo de caso de um serviço residencial terapêutico, com dados retrospectivos, janeiro 2015 a janeiro 2016, composto por moradores de um serviço residencial terapêutico, residência terapêutica. A fim de se avaliar os registros de perfil lipídico, glicêmico e da prolactina a exposição à terapia com antipsicóticos dos moradores. A amostra por conveniência constituída por 14 moradores em uso contínuo de antipsicóticos. De acordo com os dados obtidos oito pacientes possuíam fatores de risco para doença cardiovascular e síndrome metabólica. Quatro tinham hiperglicemia indicadora de pré-diabetes tipo 2 e três casos, diabetes mellitus do tipo 2 não tratado no período do seguimento. Sete casos apresentavam dislipidemia e oito, hiperprolactinemia. Conclui-se que a frequência de fatores de risco cardiovascular cresceu com aumento do índice de massa corpórea, da circunferência abdominal, dislipidemia e hiperinsulinêmia. As intervenções farmacêuticas realizadas no manejo de doses e dos efeitos colaterais da farmacoterapia com antipsicóticos, revelam também, a necessidade de implementar demais medidas de readequação na alimentação e no estilo de vida dos moradores dos serviços residenciais terapêuticos.