Fibromialgia e biomarcadores genéticos: Revisão sistemática

Introdução: A Fibromialgia é uma síndrome complexa, de etiopatogenia desconhecida, que acomete preferencialmente mulheres, caracterizada por hiperalgesia, dor difusa e crônica. A ausência de marcadores clínicos e laboratoriais objetivos tornam o critério de diagnóstico muito subjetivo e dependente da experiência e julgamento do médico. Recentes evidências sugerem que fatores genéticos provavelmente estão envolvidos na etiologia da Fibromialgia, como o polimorfismo em genes e alterações nos MicroRNAs. O reconhecimento desses polimorfismos genéticos pode ajudar a confirmar de forma mais segura o diagnóstico. Objetivo: Avaliar a eficácia de biomarcadores genéticos no diagnóstico de pacientes com Fibromialgia. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática, nas quais foram realizadas buscas nas bases de dados: MEDLINE (via Pubmed), SCOPUS, Web of Science, SciELO e LILACS, e na literatura cinzenta. Foram considerados critérios de inclusão: estudos de coorte e caso controle envolvendo fibromialgia e mapeamento genético, sem restrição de idiomas ou data. Foram considerados critérios exclusão: outros tipos de estudos que não tenham base genética ou que não estejam relacionados com a fibromialgia e estudos envolvendo animais. Resultados: Dos 561 títulos encontrados, 367 resumos foram analisados e desses, onze textos completos foram lidos na íntegra. Após a análise, cinco artigos foram excluídos pelos critérios de elegibilidade, restando seis artigos como base da revisão. Então, houve concordância nos estudos quanto ao MicroRNA miR145-5p, no qual apresentou uma exacerbada diferença entre o grupo controle e os pacientes com Fibromialgia. Em contrapartida, não houve unanimidade entre os autores estudados quanto ao polimorfismo dos genes analisados: GABRB3, TAAR1, GBP1, RGS4, CNR1, GRIA4, rs841, rs2097903 e rs1799971. Conclusão: Foi observada importante alteração em um biomarcador genético em pacientes com Fibromialgia. Constatou que o micro-RNA miR145-5p apresentou uma drástica desregulação em indivíduos com Fibromialgia em relação ao grupo controle saudável em dois dos estudos analisados. No entanto, dentre todas as alterações genética exploradas, não houve concordância dos autores quanto à identificação de um biomarcador específico que seja válido para auxiliar no diagnóstico da Fibromialgia.