O uso de benzodiazepínicos e suas implicações subjetivas: a percepção dos usuários

Os serviços de Atenção Primária à Saúde no Brasil são os principais responsáveis pelas prescrições de benzodiazepínicos. No que diz respeito aos aspectos psicológicos e sociais, a cultura da medicalização traz consigo a promessa de cura e a não permissão do sofrimento. Assim, observa-se que o medicamento ao mesmo tempo em que causa uma sensação de alívio, resulta em sofrimento devido à dependência. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo compreender a percepção de usuários de benzodiazepínicos e suas implicações subjetivas no contexto do mal-estar da contemporaneidade. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de natureza qualitativa, com abordagem fenomenológica. As entrevistas foram interpretadas conforme análise do discurso, embasada pela corrente teórica Francesa de Michel Pêcheux. Os resultados evidenciaram que o uso dos benzodiazepínicos é considerado, para os entrevistados a melhor alternativa para suportar as situações difíceis da vida, desta forma, mesmo cientes dos riscos que o fármaco pode causar encontram resistência em reduzir o medicamento e/ou em buscar outros meios de terapêuticos.