Ingestão de suplementos alimentares para hipertrofia muscular reduz os níveis de testosterona em ratos

Os suplementos alimentares vêm sendo extensamente consumidos por praticantes de exercícios físicos e atletas. Alguns pesquisadores têm detectado a presença de andrógenos nestes produtos, aumentando a suspeita sobre sua verdadeira composição. O objetivo dessa pesquisa foi investigar os efeitos da ingestão de suplementos alimentares sobre a evolução do peso, do consumo alimentar, dos níveis de testosterona total e da composição corporal, de ratos submetidos a exercícios físicos. Quarenta ratos machos jovens Wistar, foram distribuídos em cinco grupos.Os grupos ST1, ST2 e ST3 receberam 2,5g de cada suplemento e os grupos CT e CS receberam água filtrada, todos por gavagem.Semanalmente, registrou-se o peso e o consumo alimentar. Após oito semanas, os animais foram sacrificados, sendo realizadas dosagens de testosterona total, determinação de gordura e de proteína das carcaças. Os resultados demonstraram que os animais sedentários exibiram maior ganho de peso (p<0,05) em relação ao grupo CT. Os grupos ST1, ST2, ST3 apresentaram percentual de gordura até duas vezes maior (17,35%; 23,69%, 18,15%, respectivamente) do que o grupo CT (11,02%) (p<0,001), além de menor quantidade de proteína (p<0,05). Os exercícios não alteraram os níveis de testosterona total, entretanto, os três suplementos promoveram redução destes níveis (p<0,001). Os dados encontrados indicam que cronicamente os suplementos causaram redução do ganho de peso e aumento de tecido adiposo, provável consequência da menor secreção de testosterona evidenciada entre os suplementados. Os resultados similares para os três grupos reforçam a hipótese de que os suplementos continham andrógenos ou seus precursores.