Formação de profissionais da educação: dicotomias na percepção da lei 10.639/2003
International Journal of Development Research
Formação de profissionais da educação: dicotomias na percepção da lei 10.639/2003
Received 01st May, 2021; Received in revised form 24th June, 2021; Accepted 11th July, 2021; Published online 29th August, 2021
Copyright © 2021, Cecília Bezerra Leite et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
A presente revisão de literatura tem como objetivo analisar as dicotomias nas produções a respeito da lei 10.639/03 na formação de professores. Aborda como o processo histórico da construção do currículo na formação inicial dos professores, como o da educação básica, atuou no silenciamento das contribuições do pensamento social africano. Atravessa pela discussão das modificações implementadas no campo legislativo e políticas públicas educacionais, frutos da luta dos movimentos sociais. Esse cenário é predicativo da educação tornar-se politicamente engajada, em vista de demandas diferenciadas, colocando etnias africanas e afro-brasileiras como motor de suas próprias trajetórias culturais. Ao final, discorre sobre as diferentes concepções e aplicações da Lei 10.639/03 e de como o Estado que, historicamente, está comprometido com práticas genocidas contra o povo preto detém a responsabilidade de pensar o currículo e todo o processo educacional. Considera, portando, que não correu o desmantelamento da educação promovida pelos grupos étnicos que formam a sociedade para superação das práticas racistas do currículo hegemônico para construir instituições que respeitem e valorizem as tradições africanas, afro-brasileiras, indígenas e europeias, pois, mesmo com essa regulamentação no ambiente educacional, ocorreu um descaso de mais de uma década para com as leis federais 10.639/03 e 11.645/08.