Biopolítica, sociedade e direitos fundamentais em agamben
International Journal of Development Research
Biopolítica, sociedade e direitos fundamentais em agamben
Received 20th August, 2022 Received in revised form 24th September, 2022 Accepted 27th October, 2022 Published online 30th November, 2022
Copyright © 2022, Bruno Bogéa Lima et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Neste artigo, introduzimos algumas noções tramadas por Giorgio Agamben a respeito da biopolítica em seu Homo sacer I – O poder soberano e a vida nua, obra na qual o autor pondera sobre o surgimento da soberania no Estado-nação moderno, que se dá a partir do nascimento de cada indivíduo, ou seja, não presume participação ativa na sociedade: a condição de cidadão está garantida como um direito fundamental, expressa desde a vida nua (zoé). Tal posição difere radicalmente da noção de cidadania na pólis grega, que exigia do cidadão a participação política, que lhe garantiria uma vida qualificada (bios). A partir desta noção, nos atentamos a duas questões: primeiramente, à noção de que esta condição é uma estratégia do biopoder para que a vida dos cidadãos seja plenamente controlada, criando uma espécie de estado de exceção, um regime totalitário onde a continuidade da vida está à mercê do Estado-nação. Este modelo, por sua vez, torna-se um paradigma da sociedade política contemporânea. Em segundo lugar, questionamos: se no Estado-nação moderno basta estar vivo para ser cidadão, caímos em uma problematização levantada originalmente por Hannah Arendt na obra Origens do totalitarismo, onde tomamos partido da situação dos refugiados e apátridas, indivíduos sem nação. Como poderíamos garantir seus direitos fundamentais? Pretendemos responder a estas questões no presente texto.