Alterações retinianas secundárias a doenças oportunistas na síndrome da imunodeficiência adquirida: Uma Revisão de Literatura
International Journal of Development Research
Alterações retinianas secundárias a doenças oportunistas na síndrome da imunodeficiência adquirida: Uma Revisão de Literatura
Received 11th January, 2024; Received in revised form 16th January, 2024; Accepted 03rd February, 2024; Published online 29th March, 2024
Copyright©2024, João Marcos Rodrigues Silva et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), se não tratado, gera impactos nos diversos sistemas do organismo, dentre eles, o ocular . O acometimento da retina na AIDS é potencialmente ameaçador à visão dos pacientes, o que afeta de forma negativa a qualidade de vida. Objetivo: Elucidar as principais retinopatias por doenças oportunistas da AIDS, bem como, descrever o tratamento realizado nesses pacientes. Métodos: Foi realizado um extenso levantamento bibliográfico em diferentes bases de dados, incluindo o PubMed, SCIELO e LILACS. Foram utilizados os descritores: “AIDS” e “Retina”, sendo identificados 305 artigos, que após a aplicação dos critérios de exclusão, chegaram a 35 resultados. A análise dos artigos selecionados seguirá uma abordagem crítica, buscando evidenciar as principais descobertas e dados relacionados às alterações retinianas em pacientes com HIV/AIDS decorrentes de doenças oportunistas. Resultados: Dentre as relações observadas na literatura entre a AIDS e lesões na retina, destacam-se: manifestações neuro-oftalmológicas, defeitos do campo visual, papiledema e diplopia. A retinopatia esteve relacionada a indivíduos com contagem abaixo de 50 células/µL, e é caracterizada por uma microvasculopatia da retina, associada a baixas contagens de células CD4. Dentre as causas virais, o citomegalovírus (CMV) é a principal causa de retinite associada a AIDS, e permanece uma das principais causas de perda de visão nesses pacientes. Dentre as bacterianas: a sífilis e a tuberculose ocular possuem alta frequência em pacientes imunocomprometidos, ambas cursam com coriorretinite. A infecção pelo Cryptococcus neoformans, é a lesão neuro-oftalmológica mais frequente relacionada ao paciente com AIDS com infecção fúngica. A toxoplasmose ocular é a causa mais frequente de coriorretinite por parasitas na população com AIDS, e é frequentemente bilateral, multifocal e sem desenvolvimento de cicatrizes da retina e coróide. O Linfoma intraocular primário (LIP), apesar de incomum, é a neoplasia mais relacionada ao acometimento retiniano na população com AIDS. Conclusão: Apesar da diminuição da prevalência global de perda de visão em pacientes com HIV/AIDS, a proporção de pacientes que perdem a visão devido ao HIV aumentou. Portanto, as complicações oculares relacionadas ao HIV devem ser levadas em consideração em pacientes com novos sintomas ou descobertas oculares.